Dólar fecha em alta de 1,87% a R$ 6,18; Ibovespa recua 1,09% com impacto de pacote fiscal

O dólar encerrou esta segunda-feira (23) em alta de 1,87%, cotado a R$ 6,1855, com máxima de R$ 6,2003 durante o dia. A valorização da moeda reflete a avaliação do mercado sobre o pacote de cortes de gastos aprovado pelo Congresso, que trouxe alterações consideradas insuficientes para conter o crescimento das despesas públicas.

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em queda de 1,09%, aos 120.767 pontos, também impactado pelas incertezas fiscais.

Principais destaques do dólar e Ibovespa

• Dólar:

  • Alta de 1,87% no dia;

  • Ganhos acumulados de 3,08% no mês e 27,47% no ano.

• Ibovespa:

  • Queda de 1,09% no dia;

  • Perda acumulada de 3,90% no mês e 10% no ano.

Contexto fiscal e impactos no mercado

O pacote de cortes de gastos do governo, que pretendia economizar R$ 71,9 bilhões nos próximos dois anos, sofreu mudanças no Congresso, reduzindo o impacto previsto para R$ 69,8 bilhões, segundo o Ministério da Fazenda. Apesar de o ministro Fernando Haddad minimizar as alterações, o mercado continua cético sobre a eficácia das medidas para zerar o déficit público até 2025.

O temor dos analistas é que o crescimento acelerado de despesas obrigatórias, como Previdência e investimentos em saúde e educação, anule os esforços do pacote em pouco tempo. O governo, por sua vez, evita mexer nessas áreas devido a compromissos políticos e promessas de campanha.

Cenário internacional e influência no câmbio

No exterior, o dólar ganhou força após declarações do Federal Reserve indicando uma redução moderada nas taxas de juros nos Estados Unidos, o que elevou os rendimentos dos Treasuries e impulsionou a moeda norte-americana globalmente.

Perspectivas e agenda econômica

Nesta semana, dados importantes serão divulgados, como o IPCA-15 (prévia da inflação) e os números do desemprego no Brasil. No exterior, indicadores como vendas de casas novas e confiança do consumidor nos EUA também estão no radar dos investidores.

O mercado segue atento às próximas sinalizações do governo brasileiro sobre ajustes adicionais no pacote fiscal e à evolução da política monetária internacional.